Não há vácuo em Política.

Volta e meia me questionam ou me ridicularizam por eu me envolver com Política.

E eu costumo responder "não há vácuo em política": se uma pessoa ética, honesta e comprometida com os interesses sociais não ocupa o espaço disposto, outra que possivelmente não se preocupa com esses valores o ocupará.

É para substituir políticos como esse vergonhoso vereador que eu me dedico à Política. Não por mim, porque vou ser sincero: Política com P maiúsculo só dá dor de cabeça, só traz mais responsabilidades e trabalho (e volta e meia inimizades fortes) - os ganhos são mais no sentido de crescimento pessoal e satisfação própria. Meu maior objetivo é cultivar novas lideranças e sobretudo estimular o protagonismo na Política, com estímulo à democracia direta.

Só o poder distribuído e equitativo trará a justiça social que desejamos - alguns consideram isso como ausência de poder, mas é só uma questão de ponto de vista. O fato é: precisamos nos reconhecer como seres políticos e agir politicamente para superar o modelo hegemônico vigente.

É esse modelo que aliena as pessoas e oculta as relações de ódio e dominação as quais se estabelecem em nossa sociedade. São atores desse modelo pessoas como este vereador, que fala em Ética, mas chama a jornalista para lavar roupa no tanque, só porque é mulher - e, embora não reconheça, trabalhadora. Fala em homofobia e direitos igualitários como se fossem "baboseira", sendo que a Constituição que lhe garante o poder de legislar é a mesma que exige o dever de defesa dos direitos humanos a todos e todas.

Há algo errado em nosso sistema político-eleitoral, o qual faz com que pessoas como esta sejam maioria nos espaços políticos. Mas não há nada maior do poder que emana do povo e das ruas e creio que, em momentos como este, devemos recorrer a ele.

Precisamos nos mobilizar e deixar claro para o poder hegemônico: não estamos passivos perante essa dominação e nós iremos superá-lo, na construção e consolidação de um modelo de colaborativismo e justiça social.