domingo, 23 de junho de 2013

Os Órfãos e a Nova Política

Há muita gente bem intencionada, embora ingênua (novata nos fazeres da política), a qual não pode ficar órfã nessas multidões das ruas.

Estou vendo muitos movimentos sociais de esquerda simplesmente lavando as mãos e, em seus repúdios aos lobos em pele de cordeiro, esquecendo ou ignorando essas pessoas, as quais precisam ser cuidadosamente introduzidas à política, para que não desvirtuem sua energia criadora perante a velha forma de fazer política.

Aliás, tenho ouvido muito se falar em "massa de manobra" e alcunhas semelhantes para designar essas pessoas. Ignoram que as verdadeiras massas de manobra são quem fala esse tipo de coisa, pois estão à serviço de instituições cujo poder hoje é concentrado e cujas ações muito pouco são em real benefício da população (em especial daquela que mais necessita). São essas instituições que hoje dominam a política que têm medo da concorrência do grito autônomo das ruas.

Não que eu defenda o fim dos partidos. Creio que muito precisamos amadurecer nossa democracia para fazer algo assim, pois se o fizéssemos agora certamente cairíamos nas rédeas do fascismo (de esquerda ou de direita, se é que isso ainda existe mesmo). À frente, devemos defender e propor soluções para os partidos atuais pararem de ser instituições de concentração do poder, finalmente assumindo a configuração do que uma real democracia pressupõe: poder ao povo.

Essas estruturas precisam ser adequadas não só aos novos tempos - os quais carregam consigo as novas tecnologias - mas também aos velhos preceitos da Política,  que parecem ter sido esquecidos. Viver, viver bem e relacionar-se bem para viver melhor, já tratava Aristóteles da Política, ensinando que ela está à serviço da felicidade da comunidade. Por que as instituições perderam esse sentido? Em meu conhecimento limitado, não sei: mas o que importa é que devemos retomá-los.

E essa "massa de manobra", na verdade uma massa transformadora, renovadora, idealista exercerá papel fundamental na construção dessa nova forma de fazer política no Brasil. Não a deixemos órfã.

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