quinta-feira, 8 de novembro de 2012

SAC: Sorte de fazer Medicina na UFSC


Após o sucesso no vestibular, era aquele o primeiro dia dentro da faculdade. Todos na sala, aguardando o professor, prontos para começarem de fato as aulas. Mas esperaram, esperaram e uma hora depois chegou um rapaz, de aspecto estudante, falando: “pessoal, saiam todos da sala”. Ninguém questionou, todos saíram. Não deu nem muito tempo para fechar a porta, um monte de gente veio e fechou um círculo com os calouros no meio. Era o início do trote. Achando a maior graça, levaram-nos para fora do prédio e começaram a seguir a receita: ovos, óleo, farinha, tinta, chingamentos. Não bastasse a sujeira, foram todos enfileirados e cada um teve que beijar um fígado podre de boi – o qual os veteranos se orgulhavam de dizer que fora deixado duas semanas descansando. Ninguém era “obrigado” a estar ali, mas era de se perguntar “e se não estivesse, o que aconteceria?”. Podia ser esse o meu destino, mas, por sorte, passei em Medicina na UFSC.
Meu primeiro dia de aula começou com uma conversa com os coordenadores do curso (e fase), com o representante do centro acadêmico (CALIMED) e da Atlética, seguido de apresentações em meio aos veteranos da 2ª fase, na qual cada calouro ganhou um apelido. Fomos instruídos de como se dariam os próximos três dias, na chamada SAC – Semana de Acolhimento ao Calouro – e convidados a nos retirar. Fora do Auditório do CCS, fomos de elefantinho conhecer o caminho para o RU, onde almoçamos, e à tarde ainda pudemos ver uns vídeos interessantes (e reflexivos) mostrados pelo CA, conhecer o HU e distribuir flores aos pacientes e funcionários do hospital. Ouvimos, ainda, os representantes da Atlética – que não tiveram (e nem deveriam ter) humildade em falar do sucesso da UFSC nos últimos INTERMED’s – , fechando o dia com com um Happy Hour com os veteranos no Pida (clássico).
No segundo dia, de manhã, passamos pela façanha de carregar uma melancia para lá e para cá pela UFSC e ir conhecendo os locais os quais fariam parte da nossa rotina, na chamada territorialização. À tarde, em mais um espaço do CALIMED, passamos por mais algumas reflexões, principalmente com a Palestra do Prof. Cutolo, o qual deixou a importante mensagem: “no curso, vocês só ouvirão: ‘É B, é B, é B’, enquanto pode ser 13 ou qualquer outra coisa” – quem viu a palestra, sabe do que estou falando e quem não viu, está gravada. No terceiro dia, fomos ao bosque passar por uma roda de conversas com o Prof. Marco, e eu guardo muito bem na memória os bons ideiais que meus colegas disseram ter seguido para escolher a medicina. Na manhã, ainda, teve uma “aula inaugural” com o Prof. Jaime sobre Epigenética – tudo é epigenética -, com direito a prova no final, veterano que estava na aula e colou descaradamente na hora do teste, e outros ainda que provocavam na saída da sala “ E aí, como foi a prova?” “Nossa, mas você fez tudo errado!”. Vale lembrar que o Jaime só admitiu a brincadeira duas semanas depois. À tarde ainda teve a gincana, com várias atividades, um lanche e a revelação dos padrinhos e madrinhas, mas o mais divertido com certeza ficou para a noite: o Show de Calouros. Um verdadeiro show. Foi engraçado e divertido para nós calouros, mas tenho certeza que, como veterano, deve ter tido muuuito mais graça!
Por sorte, passei na UFSC. Num curso destaque pelas transformações as quais passa, com alunos (nossos veteranos e nós, calouros) legais e professores (em geral) muito bons! Fora a ótima primeira impressão do CALIMED, o qual levantou inesperadas e boas reflexões na primeira semana, sobre continuarmos com nossas atividades (dança, teatro, música, seja lá o que for) para que não nos afundemos e alienemos tão-somente em estudo, e sobre o que, de fato, devemos esperar e fazer pela Medicina e acerca de buscarmos o 13, ou um animal, ou o que for, para que não nos viciemos no B e não sejamos somente “mais médicos” no sistema de saúde, e sim bons profissionais, os quais amem o que fazem e  verdadeiramente ouçam quem atende para que possam dar ao paciente aquilo que ele realmente precisa.
É isso. Não me passou pela cabeça em nenhum momento a frase “e se não estivesse, o que aconteceria?”, pois tinha certeza de que estava onde queria estar e que fui muito bem recebido. A SAC foi um sucesso, parabéns para quem organizou! Valeu!

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